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MELHORAMENTO (Luiz Josahkian)
30/07/2018

MELHORAMENTO (Luiz Josahkian)


O melhoramento das raças sobrevive, geração após geração, da existência de variabilidade genética dentro delas. É o uso das diferenças genéticas favoráveis à produção que modifica o perfil produtivo das raças.

Esse é o conceito que está por detrás das tão faladas DEP’s – Diferença Esperada na Progênie.

A partir do momento em que uma população começa a reduzir sua variabilidade genética, o avanço do melhoramento começa a ficar comprometido. Buscar alternativas genéticas ao longo do processo seletivo é uma necessidade imperiosa para aqueles que se propõem a praticar seleção.

Por outro lado, na seleção, uma das metas mais claras do criador é padronizar tipo e função na atual geração e nas gerações que se seguem a ela, ou seja, garantir que os níveis fenotípicos alcançados sejam fixados. Essa possibilidade só existe, em melhoramento, quando se pratica o acasalamento entre animais semelhantes, cujos resultados são submetidos à seleção (escolha dos melhores animais e que irão produzir a safra seguinte). Isso implica em promover cada vez mais a homozigose na população, o que, em outras palavras, conduz, irremediavelmente à redução da variabilidade genética.

Como trabalhar com esses dois opostos? Uma das soluções que os criadores encontraram e que veio a ser ratificada pela ciência, é a manutenção de famílias ou linhas dentro da raça. Mesmo que os resultados econômicos encontrados nessas subpopulações não sejam os maiores, elas funcionam como verdadeiros refúgios genéticos onde, eventualmente, outras subpopulações irão buscar aquelas alternativas genéticas tão necessárias, sem comprometer a almejada padronização de tipo e função.

Olhando de um ponto distante para uma grande população de uma raça, pode se perceber essa organização de subpopulações e as possivelmente infinitas combinações e interdependência que existem entre elas.

É um jogo intricado e complexo. Momentaneamente, uma determinada subpopulação pode não estar na “moda” por esta ou aquela razão, mas, curiosamente, mesmo antes que se ratificasse sua importância no processo, essas subpopulações foram mantidas pela abnegação de seus criadores.

Repentinamente, por movimentos do mercado, essas mesmas subpopulações são alçadas a uma genética de prioridade máxima e passam por períodos de grande efervescência no mercado. Esse vai e vem da genética é compreensível, embora não devesse ser o movimento natural do processo.

Melhor seria se essas “alternativas” fossem bem caracterizadas do ponto de vista da genética e que fossem, todas, utilizadas simultânea e ininterruptamente ao longo das gerações. Todos poderiam tirar maior proveito dessa situação e os incrementos de capital gerados para toda a raça permitiriam avanços uniformes pela otimização da genética aditiva dentro de cada uma delas.

Pode ser que os temas atuais em discussão, tais como a endogamia e o DNA mitocondrial, venham a provocar essas mudanças. Afinal, nunca é demais lembrar que um famoso barão alemão ao ser obrigado a emigrar de seu país natal, levou, como único bem permitido, sementes de batatas melhoradas. Reconstruiu seu império a partir delas.

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